NOSSA HISTÓRIA

A Paróquia Boa Morte (A história de criação de nossa paróquia)

Conforme transcrição do Decreto Episcopal, do Bispo de Cuiabá, Dom Carlos Luiz d’Amour, cria-se a Paróquia Boa Morte:

“Decreto Episcopal instituindo ecclesiastica e canonicamente a nova freguesia de Nossa Senhora da Boa Morte[1].

Dom Carlos Luiz d’Amour, por mercê de Deos e da Santa Sé Apostólica, Bispo da Diocese de Cuyabá, Prelado Doméstico de Sua Santidade e Assistente ao Solio Pontifício, Conde Romano Comendador da Ordem de Christo[2].

Fazemos saber que, tendo sido por acto desta data, por nós creada uma nova Freguesia desmembrada das do Senhor Bom Jesus e São Gonçalo desta Capital, com a invocação de Nossa Senhora da Boa Morte, tendo por sede a Capella do mesmo nome e com os seguintes limites: uma linha tirada da Rua da Independência e seguindo pela Rua do Campo vai ter a origem do Córrego do Bahú e a aba da serra; e partindo d’ahi pelos antigos limites da Parochia do Senhor Bom Jesus com as Parrochias de Sant’Anna da Chapada, nossa Senhora da Guia e São Gonçalo desta Capital, termina na Rua da Independência no mesmo ponto d’onde partiu:= Havemos por bem instituir canonicamente a dita Capella em Parochia na forma do Sagrado Concilio Tridentino. Concedemos, portanto, a dita Parochia de Nossa Senhora da Boa Morte, novamente creada, pleno direito e faculdade para ter Sacrário em que conserve o Sacramento da Eucharistia para consolação dos fiéis, havendo o necessário ornato e decência, lâmpada accesa de dia e de noite, pia baptismal, campanários, torres, sinos e todos os mais direitos, privilégios, honras, insígnias e distincções de uma Igreja Parochial. O Rever.mo Parocho respectivo haverá os emolumentos, proes e precalços que por direito de pertencerem e participar das oblações matrimoniais, nos baptismos e desobriga da sua celebração dos offícios e enterramentos de defuntos e todos os mais deveres e os emolumentos de estola que por lei estão estabelecidos nas Parochias desta Diocese. Mandamos que este nosso Decreto seja publicada à estação da Missa Conventual em um Domingo ou dia santificado, tanto na dita Capella elevada a Matriz, como nas Igrejas Matrizes do Senhor Bom Jesus e São Gonçalo desta Capital, pelas respectivas Parochias, para que chegue a noticia de todos, do que se passará a certidão no verso deste, para a todo tempo constar, sendo antes registrado em Nossa Câmara no livro do Tombo da nova Parochia.

Dado e passado nesta cidade do Senhor Bom Jesus de Cuyabá, sob nosso signal e sello das nossas armas, no dia em que celebra-se a festa da Santa Cruz, três de maio de mil novecentos e cinco. E eu Manoel Ribeiro dos Santos Tocantins, Secretario lavrei este termo da Câmara Ecclesiastica, o escrevi.

+Carlos, Bispo de Cuyabá                       MRSTocantins – Secretário”

5.8.1 - Auto da Installação da Parochia de Nossa Senhora da Boa Morte desta Capital

De acordo com documento cuja transcrição preservou-lhe na íntegra o texto primeiro, a Paróquia de Nossa Senhora da Boa Morte foi criada por D. Luiz d’Amour em 14 de agosto de 1905:

“Aos catorze dias do mez de Agosto do anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil novecentos e cinco, na Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte desta Cidade de Cuyabá, Estado de Matto-Grosso, Bispado de Cuyabá e Matto-Grosso, pelas nove horas da manhã compareceu Sua Exa. Rev.ma o Servo D. Carlos Luiz d’Amour, Bispo Diocesano, acompanhado dos Rever.mos Frei Ambrosio Daydé, superior dos Religiosos Franciscanos e Reitor do Seminário episcopal, Frei Aristides Souriguére, Frei Boaventura Bertrac, Cônego Monsenhor Bento Severiano da Luz, e Seminaristas Alexandre Trebaure e João Piy, estando presentes a Venerável Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte e grande numero de fiéis, notando-se entre outros os Exmo. Senr.es Coronéis Antonio Cesário de Figueiredo e José Magno da Silva Pereira, Tenente Coronel Julio Muller, Antonio Thomaz d’Aquino Corrêa, Affonso de Moraes Mattos, Capitão Francisco Antunes Muniz e Muitas famílias distinctas. Feita por sua Exa. Rev.ma e os sacerdotes presentes oração no presbytério, e assentando-se Sua Exa. No Solio, occupando os Sacerdotes o lado da epistola, o Ver.mo Frei Ambrosio proferiu uma allocução de apresentação do novo Vigário, cujas expressões correctas não só salientaram a importância do acto episcopal, na creaçao Canônica da nova Freguezia, como as qualidades do Ver.do Monsenhor Bento Severiano da Luz, em cujo Zelo descançará o futuro da esperançosa Parochia. Em seguida leu o theôr dos actos episcopaes, depois de que Sua Exa. Ver.ma declarou erecta, instituída e instalada a nova parochia de Nossa Senhora da Bôa Morte e que nomeava para regê-la e administrá-la como seu vigário. Encomendado o Rev.mo Conego Monsenhor Bento Severiano da Luz; e tendo este á seu lado o Ver.mo Frei Ambrosio Daydé que lhe serviu de Paranympho, prestou nas mãos de Sua Exa. Ver.ma o juramento de bem cumprir os deveres de seu cargo. Então Sua Ex.a Rev.ma lhe impôr aos hombros uma estola, como symbolo de sua jurisdicção parochial. Assim impossado no seu importante cargo de parocho, o Rev.do Monsenhor Bento usando da palavra, occupou por espaço de meia hora a attenção do numeroso auditório, discorrendo sobre os deveres de Parocho para com os fiéis  confiados á sua solicitude Pastoral e destes para com o Pastor, a quem deviam auxiliar não somente em suas necessidades, mas também nas da Igreja e principalmente com suas orações, afim de que assim podesse bem cumprir as obrigações da sublime porem espinhosa missão de que acabava de ser investido. O novo Parocho, logo em seguida, celebrou a solemne Missa da festa de Nossa Senhora da Bôa Morte, com assistência de Sua Ex.a Rev.ma, tendo por Diácono o Rev.mo Frei Boaventura e por Subdiácono o Seminarista Trebaure. Do que tudo, e para a todo tempo constar, lavrei este auto, que foi assignado por Sua Ex.a Rev.ma, por mim Escrivão da Câmara Eclesiástica, pelos Sacerdotes presentes e alguns dos cidadãos que assistiram aos referidos actos. Cuyaba, 14 de Agosto de 1905[3].

+Carlos, Bispo de Cuyaba.”

5.8.2 – Os Limites da Paróquia Boa Morte

A Paróquia Boa Morte faz limites:

“1. Com a Paróquia do Senhor Bom Jesus da Sé; pelo meio da Rua Barão de Melgaço desde a Rua Dom Bosco, até a travessa 12 de outubro;

2. Com a Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Cuiabá; pelo meio da Rua Barão de Melgaço, desde a travessa 12 de outubro até a Rua Mato Grosso, ou seja o córrego da Mandioca; pela margem direita deste córrego acima até a sua cabeceira; daqui uma linha até a barra do rio Motuca no Coxipó-Mirim; daqui a estrada nova de auto para a Chapada, até o alto da encosta desta serra; por esta encosta ao ponto mais fronteiro a principal cabeceira do ribeirão Bandeira;

3. Com a Paróquia Nossa Senhora da Guia do Coxipó-Açu; desde esse ponto da serra da Chapada, até  a dita cabeceira do ribeirão Bandeira, e pela margem esquerda deste abaixo, até a sua barra no rio Cuiabá;

4. Com a Paróquia de Nossa Senhora da Guia de Várzea Grande; pela margem esquerda do rio Cuiabá a baixo, desde a barra do ribeirão Bandeira, até à do córrego do Ribeirão;

5. Com a Paróquia de São Gonçalo de Pedro Segundo; pela margem direita do córrego do Ribeirão acima, desde a sua barra no Cuiabá, até a Ponte Grande; daqui uma linha que deixando a esquerda o campo de Aviação; o novo quartel e o Cemitério do Cai-Cai, vai até  à travessa da Constituição; pelo meio desta até à Rua da Constituição; pelo meio desta até à Rua Dom Bosco, e pelo meio desta, até a Rua Barão de Melgaço.”

5.8.3 – Os Párocos e Vigários

Exerceram a função de pároco nessa paróquia até os dias de hoje:

Mons. Bento Severiano da Luz (1905-1917); Cônego Alexandre Trebaure (1917-1939); Frei José Passmann (1940-1947); Frei Quirino Franz (1947-1958; 1970 – 1994); Frei Everardo Kremper (1957-1965); Frei Frederico Mies (1958-1967); Frei Salvador Fleck (1967-1970); Frei Anselmo Brand (1994-2001); Frei Atamil Vicente de Campos  (2002); Frei Aluísio Alves Pereira Júnior (2003-2009); Frei Erivan Messias da Silva (2009 – até o presente momento).

Da ordem franciscana, foram vários vigários na Paróquia Boa Morte: Frei Reinaldo Schaefer (1940); Frei Walfrido Stahle (1940): Frei Engelberto Raab (1940-1941): Frei Xisto May (1940-1941): Frei Luís Kunkel (1940-1942): Frei Proto Schurr (1941-1942): Frei Hildeberto Hock (1942): Frei Alberto Ploch (1942-1943; 1946-1949): Frei Elisiário Wangler (1943): Frei Feliciano Liebhart (1 943): Frei João Damasceno Herber (1943): Frei Cipriano Bassier (1943-1944): Frei Inocêncio Lutzny (1944-1946)(1949-1955): Frei Quintino Schaefer (1946): Frei Saturnino Benzing (1946 – 1949; 1965 – 1970): Frei Servácio Schulte (1954): Frei Mateus Rothmann (1955-1957): Frei Godardo Beckermann (1956): Frei Firmino Lohagen (1958), Frei Bruno Kelber (1964- 1965), Frei Solano Fernandes de Souza  (1964 – 1966), Frei Jorge Elsing (1967), Frei Antonino Schwenger (1970-1972), Frei Fridolino Hasenfratz (1974-1975), Frei Bernardo Dettling (1985), Frei Tarcísio Theiss (1994-2000), Frei Alvino Francisco de Souza (1999-2000), Frei Wanderley G. de Figueiredo (2002-2003), Frei José Cornélio Angélico (2004-.....), Frei Mauro Odones Pilê da Silva (2004), Frei Celso Lopes de Souza (2005).

Atualmente o pároco é:

Padre: Izaias Bernardo Monteiro da Silva - Diocesano

Data de nascimento: 20/01/1978 - Data de Ordenação: 11/05/2003

Local de Nascimento: Dourados/MS

Nome do Pai: Marino Bernardo da Silva

Nome da Mãe: Maura Inácio Monteiro da Silva

E o vigário atual é:

Padre Elilzo Marques de Oliveira-Diocesano

Data de nascimento: 12/01/1978 - Data de Ordenação: 27/12/2009

Local de Nascimento: São José dos Quatro Marcos/MT

Nome do Pai: Gonçalves Quirino de Oliveira

Nome da Mãe: Joselina Rodrigues de Oliveira

5.8.4 – As Comunidades pertencentes a essa Paróquia

Pertencem à Paróquia de Nossa Senhora Mãe dos Homens, a antiga sede paroquial Nossa Senhora da Boa Morte, Nossa Senhora do Carmo e a comunidade Santo Antonio.

5.8.5 – O Decreto de Transferência

Pelo Decreto de Transferência, de 25 de março de 2010, a Paróquia Nossa Senhora da Boa Morte perde o título de ‘paróquia’ e passa a ser designada comunidade da nova Paróquia Mãe dos Homens. O contexto e a razão para essa alteração constam no documento abaixo:

“com o qual se define o nome da paróquia nossa senhora mãe dos homens - Cuiabá – MT . Dom Milton ANTONIO DOS Santos, SDB, por mercê de Deus e da Sé Apostólica, o Arcebispo Metropolitano de Cuiabá, a todos os que virem este Decreto saúde, paz e bênção no Senhor:

POR OCASIÃO DA VISITA PASTORAL[5] à Paróquia Nossa Senhora da Boa Morte – Cuiabá, MT, nos dias 25, 26, 27 e 28 de fevereiro de 2010, após a ANÁLISE DE CONJUNTURA da realidade da referida Paróquia nos dias atuais realizada com o Revmo. Sr. Frei Erivan Messias da Silva, Pároco; Frei André Luiz Nascimento dos Santos; Frei Tarcísio Geraldo Thaiss; Frei Jorge Vasconcelos dos Santos – Vigários Paroquiais; após reflexão e avaliações feitas com o Conselho Administrativo Econômico da Paróquia: Frei Erivan Messias da Silva, Presidente e Pároco; Carlos Roberto Vendrame, Coordenador e Tesoureiro; Euclides Baleroni, Assessoria Jurídica e representante da Comunidade Nossa Senhora da Boa Morte e da Glória; Ronaldo Kloster, responsável por reformas e construções, representante da Comunidade Nossa Senhora Mãe dos Homens; Manoel Macedo, representante da Comunidade Santo Antonio; Eunice Vitor da Silva, representante da Comunidade Nossa Senhora do Carmo; após consultas coletivas feitas durante a referida Visita Pastoral percebeu-se que a titulação PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA BOA MORTE NÃO CORRESPONDE NA PRESENTE DATA À REALIDADE DAS COMUNIDADES QUE COMPÕEM A REFERIDA PARÓQUIA. ASSIM: 1. CONSIDERANDO que o endereço atual da Paróquia nos registros da Mitra Arquidiocesana de Cuiabá - como na Receita Federal - é o endereço da Igreja Nossa Senhora Mãe dos Homens, à Rua Marechal Floriano Peixoto, 61 – Bairro Quilombo – à Praça Santos Dumont – CEP 78045-720 – CUIABÁ, MT, enquanto que a Igreja Nossa Senhora da Boa Morte e da Glória se situa à Rua Cândido Mariano, 279 – Centro Histórico – à Praça Antônio Corrêa da Costa – CEP 78045-310 – CUIABÁ, MT; 2. CONSIDERANDO que o referido endereço atual da Paróquia continua INALTERÁVEL: Rua Marechal Floriano Peixoto, 61 – Bairro Quilombo – à Praça Santos Dumont – CEP 78045-720 – CUIABÁ, MT; 3. CONSIDERANDO que todos os serviços de atendimento aos fiéis e estrutura física de todo o complexo da IGREJA NOSSA SENHORA MÃE DOS HOMENS atende plenamente os fiéis por estar geograficamente em lugar central para as Comunidades que compõem da Paróquia, e, está, inclusive, em área mais residencial do que a Igreja Nossa Senhora da Boa Morte e da Glória; 4. CONSIDERANDO que o CNPJ é o da Matriz-Mitra Arquidiocesana de Cuiabá – CNPJ 03005139 – mantendo-se o DÍGITO próprio da Paróquia – 0003-88 -; 5. CONSIDERANDO que a nova titulação facilitará a identificação do lugar-sede-paroquial com a realidade do ENDEREÇO e CEP; fazendo uso das atribuições de Arcebispo Metropolitano de Cuiabá: DECLARO QUE A PARTIR DA PRESENTE DATA – 25 DE MARÇO DE 2010, FESTA DA ANUNCIAÇÃO DO SENHOR – A PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA BOA MORTE PASSA A TER A TITULAÇÃO DE PARÓQUIA NOSSA SENHORA MÃE DOS HOMENS, situada à Rua Marechal Floriano Peixoto, 61 – Bairro Quilombo – à Praça Santos Dumont – CEP 78045-720 – CUIABÁ, MT-  CNPJ 03005139/0003-88 e a COMUNIDADE NOSSA SENHORA DA BOA MORTE perdendo o título de Paróquia passa a ser uma COMUNIDADE DA PARÓQUIA NOSSA SENHORA MÃE DOS HOMENS, utilizando o mesmo CNPJ da PARÓQUIA. O presente DECRETO seja transcrito no Livro de Tombo da Paróquia Nossa Senhora Mãe dos Homens, e, lido publicamente nas Comunidades da referida Paróquia. Cuiabá, 25 de março de 2010.-

+ Milton Antonio dos Santos – SDB

Arcebispo Metropolitano de Cuiabá”

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[1] Arquivo da Curia Metropolitana de Cuiabá - Jornal A CRUZ do dia 27 de maio de 1905, pág. 06.

[2] Arquivo da Curia Metropolitana de Cuiabá – Fotocópia do Decreto Episcopal de Dom Carlos Luiz d’Amour.

[3] Arquivo da Curia Metropolitana de Cuiabá – Fotocópia do Auto de Instalção de Dom Carlos Luiz d’Amour.

[4] Arquivo da Paróquia – Livro de anotações de batizados desde a sua ereção até os nossos dias.

[5] Arquivo da Curia Mtropolitana de Cuiabá – Livro de Tombo, 1965 pág. 40-40v., de 25 de março de 2010