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Igreja no Brasil também se prepara para participar do Sínodo sobre a família,
que terá sua segunda etapa de 4 a 25 de outubro próximo no Vaticano.
Cinco bispos irão representar o episcopado brasileiro
durante o evento: Dom Sérgio da Rocha, Arcebispo de Brasília (DF) e presidente da
CNBB; Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo (SP), Dom João Carlos
Petrini, bispo de Camaçari (BA), Dom Geraldo Lírio Rocha, Arcebispo de Mariana
(MG) e o Cardeal Raymundo Damasceno Assis, Arcebispo de Aparecida (SP).
O Sínodo é um encontro de bispos de diversas partes do
mundo que buscam auxiliar o Papa nas reflexões de assuntos importantes como,
por exemplo, a família. O evento tem como tema principal “A vocação e missão da
família na Igreja e no mundo contemporâneo”.
De acordo com o arcebispo de Mariana, Dom Geraldo Lírio
Rocha, as contribuições do Brasil junto ao Sínodo se darão em torno de sua
riqueza cultural, do sentido de família presente no povo brasileiro, do apreço
à família, bem como das iniciativas da Igreja brasileira com relação ao tema.
“Nós levamos para o Sínodo uma reflexão muito ampla e não
só, mas uma prática de ação pastoral em defesa da vida e em favor da família
que se consolidou no Brasil em todas as regiões”.
Além destes aspectos positivos, as dificuldades do povo
brasileiro, sobretudo dos indígenas e afrodescendentes, dos que vivem nas
metrópoles e no interior, também serão pauta na reunião de bispos.
Dentre estas dificuldades, o bispo destaca o relativismo,
a descrença, a perda dos valores morais, a situação das famílias em
dificuldades de toda ordem, bem como as questões ligadas ao divórcio e às
relações homoafetivas. Estes problemas foram diagnosticados a partir de um
levantamento feito no Brasil – da mesma forma que em outros países – a pedido
do Papa Francisco.
“Vamos refletir e aprofundar, a partir dos parâmetros que
a Igreja obedece, porque ela tem sempre em mira a fidelidade à Palavra de Deus
e àquilo que o Magistério tem dito desde a antiguidade até os nossos dias.
Afinal, a Igreja não rompe com aquile que faz parte do que chamamos de
“Depósito da Fé” e dos ensinamentos da Igreja no campo moral”, explicou Dom
Geraldo.
Estratégia
de trabalho
Por ser um evento mundial, o Sínodo tem suas estratégias
para organizar as discussões, como por exemplo, as plenárias e os grupos de
trabalho. As plenárias são os principais momentos de discussão, nas quais cada
país fará suas colocações e apresentará suas respectivas realidades.
Já os grupos de trabalhos são a ocasião em que os bispos,
separados por idiomas, vão elaborar as proposições que, ao final, do Sínodo
serão apresentadas ao Papa Francisco. Os idiomas oficiais do Sínodo são: latim,
inglês, italiano, francês, espanhol e o alemão.
Dom Geraldo destaca que o Sínodo não terá um documento
final a ser apresentado a toda a Igreja, mas um documento que deverá ser
entregue ao Santo Padre para que ele sim, em nome da Igreja, apresente uma
exortação apostólica pós-sinodal.
“Como dizia São João XXIII: nós vamos rever as questões
para mudar aquilo que pode ser mudado e manter o que deve ser mantido. O Sínodo
vai procurar fazer esse grande discernimento: o que pode ser mudado? O que deve
ser preservado? É na comunhão da fé e na unidade da Igreja, com a Graça de Deus
e na luz do Espírito Santo, que vamos procurar trazer como contribuição para
que o Papa apresente a resposta da Igreja para o mundo atual”, salientou.
Dom Geraldo esclarece ainda a originalidade do Sínodo.
“Não é um parlamento, mas um encontro de bispos na qualidade de pastores da
Igreja. Não é uma reunião de técnicos, de especialistas ou de peritos em
determinada matéria, de alguma ciência. O Sínodo é um acontecimento eclesial,
logo, ele se respalda na palavra de Deus e no Magistério da Igreja”.
Aos católicos brasileiros que, assim com o restante da
Igreja, esperam algo novo após o Sínodo, Dom Geraldo convida para oração a fim
de que o Espírito Santo faça a obra desejada.
“A grande mensagem que eu gostaria de comunicar é esta:
entremos em clima de oração. O que nós devíamos discutir, já discutimos;
questões que devíamos apresentar, já apresentamos; daqui pra frente temos que
rezar para que o Espírito de Deus ilumine o Sínodo”.
Por
Canção Nova
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