Como
todas as quartas-feiras, o Papa compareceu na Praça São Pedro para presidir a
audiência geral. No encontro, estavam presentes cerca de 20 mil pessoas entre
turistas, romanos e peregrinos. Francisco explicou que está meditando sobre as
conclusões da Assembleia Sinodal encerrada em 25 de outubro e anunciou que o
tema de sua catequese seria o “treinamento do dom e do perdão recíproco” nas
famílias. Para o Papa, sem este mútuo perdão nenhum amor pode durar no tempo.
Citando a oração do Pai Nosso – “Perdoai as nossas ofensas assim
como nós perdoamos a quem nos tem ofendido” – Francisco disse que “no
dia-a-dia, não faltam ocasiões em que nos comportamos mal e somos injustos com
os outros. Então, o que temos de fazer é procurar imediatamente curar as
feridas que causamos porque, se adiarmos demais, tudo se torna mais difícil”.
Reiterando um conceito que já expressou no passado, lembrou a
importância de “não terminarmos o dia sem se desculpar, sem fazer as pazes
entre os casais, com os filhos, os irmãos… e entre nora e sogra!”:
“Se aprendermos a pedir desculpas rapidamente e a doar o perdão
recíproco, as feridas se cicatrizam, o matrimônio se fortalece e a família se
torna uma casa sempre mais sólida, que resiste aos abalos de nossas pequenas e
grandes maldades. Para isso, não é necessário fazer grandes discursos… é
suficiente um carinho e tudo acaba… e depois recomeça… mas nunca terminem o dia
em guerra, entenderam? E quando aprendemos a viver assim em nossas famílias, o faremos
também fora, em qualquer lugar”.
“Muitos pensam e dizem que o dom e o perdão são palavras bonitas,
mas impossíveis de pôr em prática. Graças a Deus, não é assim! Na verdade, é
recebendo o perdão de Deus que somos capazes de, por nossa vez, perdoar aos
outros. Por isso, Jesus nos faz repetir estas palavras todos os dias, quando
rezamos o Pai-Nosso. As famílias cristãs podem ajudar muito a sociedade atual e
a própria Igreja. Por isso desejo que, no Jubileu da Misericórdia, as famílias
descubram de maneira nova e mais profunda o tesouro do perdão recíproco”.
Neste sentido, o Papa assegurou às famílias cristãs que “se forem
capazes de caminhar com decisão no caminho das Bem-aventuranças, aprendendo e
ensinando a perdoar-se reciprocamente, aumentará também em toda a família da
Igreja a capacidade de testemunhar a força renovadora do perdão de Deus”.
E concluindo, disse desejar que “no Jubileu da Misericórdia, as
famílias redescubram o tesouro do perdão recíproco. Rezemos para que as
famílias sejam sempre mais capazes de viver e construir caminhos concretos de
reconciliação, aonde ninguém se sinta abandonado no peso de suas ofensas”.
Com esta intenção, o Papa pediu a todos que rezassem com ele o Pai
Nosso.
Encerrada a catequese, leitores fizeram resumos das palavras de
Francisco em várias línguas. Ao grupo de poloneses presentes na Praça, foi
lembrado que domingo (08/11) a Igreja em seu país celebrará a Jornada de
Solidariedade com a Igreja perseguida, promovida pela Fundação ‘Ajuda à Igreja
que Sofre’ e a Conferência Episcopal Polonesa. E que este ano, a ajuda
espiritual e material será dirigida aos cristãos na Síria. “Que sua obra de
oração e solidariedade alivie e suporte os irmãos e irmãs que sofrem por Cristo
no Oriente Médio e em todo o mundo”.
Nenhum comentário:
Write comentários