O Papa Francisco fechou
neste domingo, 20, a Porta Santa da Basílica de São Pedro, no Vaticano,
encerrando, assim, o Jubileu da Misericórdia, iniciado em 8 de dezembro do ano
passado.
Após
fechar a Porta Santa, um dos símbolos do Jubileu Extraordinário, o Santo Padre
presidiu a Santa Missa na Solenidade de Cristo Rei do Universo, concelebrando
com os novos cardeais, criados no dia anterior em Consistório, entre eles, o
brasileiro Dom Sergio da Rocha, arcebispo de Brasília (DF). O Papa destacou
que, embora se feche a Porta Santa, continua escancarada a verdadeira Porta da
Misericórdia que é Cristo.
Na
homilia, Francisco destacou que esse Ano da Misericórdia convidou a redescobrir
o centro, a regressar ao essencial, contemplando o verdadeiro rosto do Rei
Jesus e redescobrindo o rosto jovem e belo da Igreja. Para acolher essa realeza
de Jesus, é preciso ser fiel a Ele, disse o Papa, mas muitas vezes ainda se cai
na tentação de descer da cruz, procurando as seguranças gratificantes
oferecidas pelo mundo.
“A
misericórdia, levando-nos ao coração do Evangelho, anima-nos também a renunciar
a hábitos e costumes que possam obstaculizar o serviço ao reino de Deus, a
encontrar a nossa orientação apenas na realeza perene e humilde de Jesus, e não
na acomodação às realezas precárias e aos poderes mutáveis de cada época”.
Francisco
explicou que seria pouco acreditar que Jesus é Rei do Universo; é preciso que
cada um faça dele Senhor de sua vida. Um auxílio para essa tarefa é o Evangelho
do dia, que relata um momento de Jesus na cruz e traz três personagens em
especial: o povo que olha, o grupo que está aos pés da cruz e um malfeitor
crucificado ao lado de Jesus.
O
povo era o mesmo que seguia Jesus, mas que diante da crucificação preferiu
ficar distante, vendo o que acontecia. “Vendo certas circunstâncias da vida ou
as nossas expectativas por realizar, podemos também nós ser tentados a manter a
distância da realeza de Jesus, não aceitando completamente o escândalo do seu
amor humilde, que interpela o nosso eu e o desassossega”, disse.
O
segundo personagem são os chefes do povo, os soldados e um dos malfeitores, que
tentavam Jesus para que renunciasse a reinar à maneira de Deus e o fizesse
segundo a lógica do mundo.
O
terceiro personagem elencado pelo Papa foi o malfeitor que pediu a misericórdia
de Jesus na Cruz dizendo: “Jesus, lembra-Te de mim, quando estiveres no teu
Reino”. “Pediu para ser lembrado, e saboreou a misericórdia de Deus: ‘Hoje
estarás comigo no Paraíso’ (Lc 23, 43). Deus, logo que Lhe damos tal
possibilidade, lembra-Se de nós. Está pronto a apagar completamente e para
sempre o pecado, porque a sua memória não é como a nossa: não regista o mal
feito, nem continua a ter em conta as ofensas sofridas. Deus não tem memória do
pecado, mas de nós, de cada um de nós, seus filhos amados. E crê que é sempre
possível recomeçar, levantar-se”, explicou o Santo Padre.
Francisco
concluiu a homilia convidando os fiéis a pedir o dom desta memória viva e
aberta, a graça de não se fechar diante das portas da reconciliação e do
perdão, mas saber ultrapassar o mal e as divergências.
“Assim
como Deus acredita em nós próprios, infinitamente para além dos nossos méritos,
assim também nós somos chamados a infundir esperança e a dar uma oportunidade
aos outros. Com efeito, embora se feche a Porta Santa, continua sempre
escancarada para nós a verdadeira porta da misericórdia que é o Coração de
Cristo”.
Por
Canção Nova
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